Técnica utilizada na criação de tambaqui permite aumento de produtividade

A Embrapa Amazônia Ocidental convida produtores rurais, associações de produtores e técnicos que trabalham com piscicultura, representantes de agências de fomento e demais órgãos interessados no tema, para participar do Dia de Campo sobre criação de tambaqui em tanque escavado com utilização de aeradores. Pesquisas da Embrapa Amazônia Ocidental com a utilização da aeradores na criação de tambaqui indicam que esse sistema permitiu aumento de produtividades de 3 a 4 vezes maiores que a média estadual. O Dia de Campo acontecerá no dia 10 de novembro de 2012, de 8h às 12h, em área de produtor na Chácara Sagrada Família, Rod. AM 010, Km 64, município de Rio Preto da Eva.
A vantagem do uso de aeradores é que essa prática de manejo melhora a qualidade da água, com maior disponibilidade de oxigênio, reduzindo o estresse dos peixes e evitando o surgimento de doenças e parasitos que afetem os peixes. O ganho é que a técnica viabiliza o aumento da densidade dos peixes em tanques já existentes, sem abertura de novas áreas para construção de tanques.
O objetivo do Dia de Campo é apresentar resultados obtidos no cultivo do tambaqui com a utilização de aeradores, que vem produzindo em média 19 toneladas por hectare. A tecnologia é uma novidade no cultivo do tambaqui no Amazonas. O pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Roger Crescêncio, explica que a utilização de aeradores já é comum em outras espécies de peixes, mas com esse estudo é a primeira vez que se tem dados concretos para a utilização na criação de tambaqui nas condições ambientais do estado.
O Dia de Campo é uma realização da Embrapa Amazônia Ocidental, com apoio da Chácara Sagrada Família. As informações serão apresentadas em três estações, no local da piscicultura, onde serão apresentadas palestras e feitos esclarecimentos aos participantes.
O coordenador técnico da atividade, pesquisador Antônio Cláudio Uchôa Izel, e o pesquisador Roger Crescêncio farão a palestra com o tema “Avaliação zootécnica e econômica da criação de tambaqui em cultivo em tanques escavados com aeração artificial”, na primeira estação do dia de campo.
Roger Crescêncio explica que com o objetivo de aumentar a produção das fazendas da região, sem a necessidade de novos desmatamentos, foi proposto o aumento da biomassa por hectare. Para viabilizar esse aumento na produtividade dos tanques foram utilizados aeradores. Com o aumento da densidade de peixes e a manutenção do mesmo peso de abate foram alcançadas produtividades entre 16 e 24 toneladas por hectare, cerca de 3 a 4 vezes a mais que a média estadual, que está entre 5 e 6 toneladas por hectare. “A principal dificuldade encontrada pelos piscicultores é o licenciamento ambiental. Com a adoção dessa tecnologia, se triplica a produção nem necessidade de novos desmatamentos e retirada de novas licenças ambientais e assim se consegue ampliar a produção e consequentemente a receita da fazenda”, afirma Roger Crescêncio.
Geralmente quando se aumenta o adensamento de animais, em qualquer tipo de criação, existe a possibilidade de diminuição da resistência dos animais e o aparecimento de doenças. Para abordar esse assunto, na segunda estação, será apresentada a palestra “Avaliação do estado de saúde de tambaquis durante um ciclo de produção”, pelas pesquisadoras da Embrapa Amazônia Ocidental, Cheila Boijink e Edsandra Chagas . Na pesquisa foi verificado o efeito do aumento da densidade na saúde dos peixes, com o acompanhamento de parâmetros fisiológicos e a incidência de parasitos (helmintos monogenóides) de tambaqui com sistemas de aeração artificial.
Outro aspecto avaliado na pesquisa foi a ocorrência de maturação sexual em machos e fêmeas de tambaqui e se relacionou esses dados com peso e comprimento destes animais ao longo do cultivo. A análise dessas informações serão apresentadas na terceira estação, com o tema “Incidência da puberdade de machos e fêmeas de tambaqui criados em cativeiro e suas implicações zootécnicas”, tendo como palestrante a pesquisadora da Embrapa Amazônia Ocidental, Fernanda Loureiro de Almeida. A pesquisadora explica que a maturação sexual geralmente inicia em épocas diferentes em machos e fêmeas da mesma espécie de peixes, e essa falta de sincronismo pode acarretar em diferenças de desempenho zootécnico, como ganho de peso e crescimento.